A manhã desta sexta-feira (7) começou com indignação e revolta em São Francisco do Conde. Logo após a divulgação da lista do Pão na Mesa, que deixou milhares de famílias de fora e reduziu o benefício para quase todos os inscritos, o prefeito Antônio Calmon e a “Dama de ferro” Greice Tanferi cometeram mais uma crueldade direta contra o povo: os CRAS do município amanheceram de portas fechadas. A tristeza do povo contrasta com as fotos do Café que Calmon e Greice tomaram na sede do MP da Bahia, nesta quarta-feira (05) com muito Pão na Mesa. A ordem de fechar os CRAS foi para impedir atualização e informação a população que já não vai receber dinheiro, em mais um ato desumano e cruel.
Com isso, os beneficiários ficaram sem qualquer condição de atualizar seus cadastros, tirar dúvidas ou regularizar pendências, o que impede que milhares de pessoas possam sequer tentar reverter o bloqueio ou comprovar o direito ao benefício. A manobra foi planejada para evitar filas, tumulto e, principalmente, provas de que o sistema foi deliberadamente montado para excluir as famílias mais pobres. Um secretário da gestão, revelou os detalhes da operação apaga arquivos, onde uma secretária teria mandado realizar uma grande “fogueira” com os documentos e impedir por meses o pagamento.
Uma grande fila está sendo montada neste momento em frente ao Banco do Brasil da cidade. As contas estão zeradas da maioria dos presentes na fila nesta manhã. Funcionários do BB, revelaram estarem com medo da reação popular contra o banco que nada tem a ver com o problema da prefeitura. “Estamos com muito medo das pessoas invadirem em busca de soluções” afirmou uma funcionária em off. Enquanto mães de família e idosos aguardam em frente aos postos de atendimento, encontrando apenas portas trancadas e servidores ausentes, a prefeitura tenta manter o discurso de que normalidade.
“É revoltante. A gente chega cedo pra resolver o problema e tá tudo fechado. Querem que a gente morra de fome a gente já sabia, mas em silêncio?”, desabafou uma Aninha de Campinas. O Jornal Candeias apurou que a ordem para o fechamento não partiu da própria Secretaria de Desenvolvimento Social, Dona Nide, que teve crise de choro ao saber que a operação fecha Cras, comandada por Calmon e Greice, recairia sobre sua responsabilidade. “Nide só tem sofrido e mesmo assim continua forte, mesmo escanteada. Não é mais ouvida por Calmon” disse uma funcionária.
A ação é uma tentativa clara de impedir que a população produza provas e registros sobre a situação real do Pão na Mesa — justamente no momento em que a Justiça determinou que o prefeito pague os valores atrasados até segunda-feira, dia 10 de novembro.













