O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, afirmou nesta quarta-feira (5) que a classificação das facções como grupos narcoterroristas não será definida pelo Estado, mas pelo Congresso Nacional, responsável por determinar a tipificação penal.
“O que eu registro é que a gente vai continuar trabalhando sem entregar nada às facções, nada ao crime. Independentemente disso, os atos de violência cometidos precisam, e vão, ser reprimidos e investigados. A gente não pode permitir e não permitirá crimes violentos contra a nossa comunidade”, declarou durante o Dia D de devolução de celulares recuperados na 7ª edição da Operação Mobile 360°, da Polícia Civil.
“Temos demonstrado isso a partir das diversas operações, do aumento na apreensão de armas e drogas e, consequentemente, do crescimento no número de prisões e da redução dos índices criminais”, acrescentou.
Segundo o titular da pasta, o governo está ciente da complexidade da situação e de que ainda há muito a ser feito. Werner destacou o apoio da população e os investimentos do governador Jerônimo Rodrigues como fundamentais para os avanços obtidos.
“Não apenas em recursos humanos, com novos policiais contratados, mas também com novos concursos, entrega de viaturas e diretrizes de policiamento orientado pela inteligência. Temos focado na busca das lideranças criminosas, no asfixiamento financeiro e na descapitalização das organizações, em um trabalho contínuo da Polícia Militar para retirar barricadas, desativar sistemas de monitoramento e atuar de forma próxima às comunidades”, explicou.
O secretário pontuou ainda que muitas das grandes lideranças de facções já foram identificadas, algumas em outros estados e até em países da América do Sul. “Por isso, temos dialogado com a Polícia Federal, com operações internacionais e com a Interpol, para que possamos levar esses criminosos à Justiça, especialmente aqueles responsáveis por mortes violentas”, afirmou.
Elogios à segurança baiana
O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e especialista em segurança pública Rodrigo Pimentel elogiou, em entrevista ao Flow Podcast na última sexta-feira (31), a atuação das forças de segurança baianas e a gestão do governador Jerônimo Rodrigues na redução dos índices de violência no estado.
Werner, que também foi citado nominalmente por Pimentel, destacou o “trabalho incansável” das forças de segurança.
“O mérito também é dos homens e mulheres que vestem a farda, seja a caqui da Polícia Militar, a preta da Polícia Civil e do DPT, a vermelha do Corpo de Bombeiros Militar, além dos policiais federais, rodoviários federais e guardas municipais, que também integram o Sistema de Defesa e Segurança Pública”, afirmou.
“Esse é um trabalho incansável, sem trégua. A gente agradece a manifestação de apoio, mas, acima de tudo, registra e enaltece o trabalho dessas equipes. E não apenas delas, mas também o apoio que temos recebido dos meios de comunicação e da população”, acrescentou.
O secretário também ressaltou as recentes operações Freedom e Primos, que detectaram e desarticularam redes de lavagem de dinheiro do crime organizado na Bahia.
“A Freedom mostrou essas duas frentes de trabalho que precisam caminhar juntas. De um lado, o combate direto às facções, com prisões e localização de lideranças em outros estados, resultando em 38 pessoas presas, além de armas e drogas apreendidas; e, de outro, uma frente de alta importância, com o sequestro de 51 contas bancárias, bens e valores”, relembrou.
“Esse é o caminho que devemos seguir: combater o crime nas ruas e no dinheiro”, concluiu Marcelo Werner.












