O grave acidente ocorrido na Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, que deixou trabalhadores com queimaduras severas, escancarou mais uma vez a face mais preocupante da gestão da Acelen: o silêncio e omissão. Até o momento, a empresa não apresentou explicações claras à sociedade, não detalhou as causas do acidente e tampouco esclareceu em que condições os funcionários estavam trabalhando no momento da ocorrência. Enquanto trabalhadores lutam pela própria vida em hospitais, a empresa responsável por uma das operações industriais mais perigosas do estado se omite.
De acordo com informações já divulgadas, o acidente teria ocorrido durante um serviço de manutenção, envolvendo uma descarga elétrica que resultou em queimaduras graves em funcionários terceirizados, dois deles encaminhados ao Hospital Roberto Santos. Um dos trabalhadores, inclusive, estaria há poucos dias na refinaria, o que levanta questionamentos ainda mais graves sobre treinamento, protocolos de segurança e fiscalização interna. Ainda assim, a Acelen não esclareceu se houve falha operacional, erro humano, negligência em procedimentos ou deficiência nos equipamentos de proteção.
A ausência de um posicionamento firme, técnico e transparente revolta trabalhadores, sindicatos e a população do entorno da refinaria, que convive diariamente com riscos ambientais e operacionais. Em empreendimentos de alto risco, o silêncio não é apenas omissão, é irresponsabilidade e reforça uma lógica preocupante de Acelen: a de tratar vidas humanas como estatística e acidentes graves como meros incidentes operacionais.
A sociedade baiana exige mais. Exige saber o que aconteceu, por que aconteceu e o que está sendo feito, de forma concreta e imediata, para garantir que trabalhadores não continuem sendo expostos a riscos extremos sem a devida proteção.











