Bahia contabilizou 97 feminicídios entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA). Os números reforçam a permanência da violência letal contra mulheres em diferentes regiões do território baiano ao longo do ano.
Entre os municípios com maior número de registros, Salvador aparece em primeiro lugar, com 10 casos. Na sequência estão Feira de Santana, com cinco ocorrências, e Camaçari, com quatro.
Um dos episódios mais recentes aconteceu no dia 6 de dezembro, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado. A jovem Rhianna Alves, mulher trans de 18 anos, foi morta por estrangulamento. O suspeito, um motorista por aplicativo de 19 anos, apresentou-se à delegacia com o corpo da vítima e alegou legítima defesa, sendo inicialmente liberado. O caso ganhou repercussão nacional, e o homem acabou preso e indiciado quatro dias depois.
Faixa etária mais atingida
A análise do perfil das vítimas revela que mulheres entre 30 e 34 anos concentram o maior percentual de feminicídios, representando 16,5% do total. Logo em seguida aparecem as faixas de 35 a 39 anos e 40 a 44 anos, ambas com 15,5% dos registros. O levantamento aponta maior vulnerabilidade entre mulheres adultas.
Raça e cor das vítimas
Os dados também evidenciam um recorte racial da violência. Mulheres pardas correspondem a 61,86% das vítimas de feminicídio no estado. Já mulheres pretas representam 14,46%, enquanto mulheres brancas, 4,12%. Casos envolvendo mulheres indígenas somam 1,03%. Em 18,56% das ocorrências, não houve registro de informação sobre raça ou cor.
Meses mais violentos
Ao longo de 2025, os registros apresentaram relativa estabilidade, com poucos picos. Abril foi o mês com maior número de feminicídios, somando 13 casos. Entre eles, o assassinato de Jaqueline Vieira Moura, de 43 anos, encontrada morta com sinais de estrangulamento no Bairro da Paz, em Salvador. O principal suspeito era o companheiro, que chegou a ser agredido por moradores, foi socorrido, mas morreu posteriormente.
Já em novembro, quando foram registrados 12 feminicídios, um crime chamou atenção pela brutalidade. Em Santana, no oeste da Bahia, Iane de Jesus Branco, de 26 anos, foi morta a golpes de blocos de cerâmica dentro de casa, na frente do filho de 4 anos. O companheiro da vítima foi preso e apontado como autor do crime.
Outro caso registrado em fevereiro vitimou Terezinha Pires dos Santos, de 43 anos, morta com um disparo no pescoço, na cidade de Santa Maria da Vitória, também no oeste do estado.












