O desaparecimento da adolescente Thaila Lima da Cruz, de 17 anos, completa uma semana nesta sexta-feira (5) e continua cercado de mistério, tensão familiar e indícios de possível envolvimento de criminosos em Candeias.
Na tarde desta sexta, a mãe da jovem, Íris da Silva Lima, 32 anos, prestou depoimento pela primeira vez na Delegacia Territorial de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo o delegado Ítalo Mello, titular da unidade, a mulher relatou que o último contato direto com a filha ocorreu no sábado (29), quando Thaila pediu uma transferência de dinheiro.
“A última comunicação que ela fez com a mãe foi pedindo um pix. ‘Mãe, me manda um pix’. A mãe perguntou: ‘minha filha, que pix?’ E ela repetiu: ‘mãe, me manda um pix’. Foi o único contato que ela fez pedindo um pix”, afirmou o delegado.
Inicialmente, dona Íris havia dito que o último contato da filha tinha sido por meio de uma colega. Na ocasião, Thaila teria enviado a mensagem: “Deu red! kkk, tô em um lugar que nem sei onde é, estou perdida.”
Na linguagem dos jovens, “deu red” indica que algo deu errado, aumentando a preocupação sobre o paradeiro da adolescente. Após essa troca de mensagens, a mãe não conseguiu mais contato com a jovem.
“Às 20h30 de sexta tentei falar com ela. Mandei mensagem, ela não respondeu. Liguei e o número já estava desativado”, contou Íris, que também afirmou que a filha disse a colegas que iria encontrar um rapaz. Ela foi vista embarcando em um carro por aplicativo no distrito do Caípe, em São Francisco do Conde, com destino a Candeias.
O encontro
O delegado confirmou que Thaila saiu de São Francisco do Conde rumo a Candeias em um carro por aplicativo e que, ao chegar ao destino, foi recebida por um homem. A reportagem teve acesso a um vídeo que mostra a jovem descendo do veículo às 20h06 daquela sexta-feira e caminhando ao encontro de um rapaz.
“Eu descartei a participação do motorista de aplicativo em qualquer tipo de crime. Ele foi apenas o condutor até a cidade de Candeias. De lá para frente, quem recebeu essa moça foi um cidadão conhecido como China”, explicou Mello.
O delegado não detalhou mais informações para não prejudicar as investigações, mas adiantou que o homem identificado como China deve comparecer à delegacia na próxima semana para prestar esclarecimentos.
Hipóteses: morte ou cativeiro
O delegado Ítalo Mello afirmou que já trabalha com a possibilidade de que a jovem possa estar morta, mas também considera a hipótese de que Thaila esteja sendo mantida em cativeiro.
“Eu já trabalho com a hipótese dela estar morta. Mas, se ela estiver viva, está em algum cativeiro. Fazendo o quê com ela, só Deus sabe”, disse.
Ele destacou ainda que o silêncio completo da adolescente reforça o temor da polícia e da família:
“Se ela estivesse viva, custava mandar uma mensagem? Uma ligação dizendo: ‘mãe, estou viva e não quero voltar para casa’? Isso acabaria com o mistério todo”, ponderou o delegado.












