São Francisco do Conde vive seu momento mais crítico, e a situação dos servidores municipais revela o tamanho do caos instaurado pela gestão Antônio Calmon. Após não pagar os salários de outubro e novembro, o prefeito já admite internamente que não pagará dezembro, acumulando três meses de calote e lançando centenas de famílias ao desespero.
A crise se aprofunda com a confirmação, em reunião realizada nesta segunda-feira (08), de que Calmon prepara um “castigaço de Natal”: uma demissão em massa de todos os cargos de confiança, com exoneração retroativa a outubro para fugir do pagamento do décimo terceiro salário, sendo que a prefeitura sequer quitou a primeira parcela, obrigatória por lei até o mês passado.
A manobra, descrita por servidores como “desumana”, deixará dezenas de pais e mães de família sem salário, sem décimo, sem rescisão e sem qualquer dignidade às vésperas do Natal. Tudo isso ocorre enquanto a prefeitura arrecadou mais de R$ 100 milhões nos últimos 60 dias, mas segue priorizando pagamentos apenas a aliados políticos, fornecedores próximos e ao núcleo duro da gestão, ignorando completamente quem mantém a máquina pública funcionando.
Com o anúncio da possível demissão em massa retroativa a outubro e o calote generalizado, servidores organizaram um Ato Público para esta terça-feira (09/12), às 8h30, em frente à Câmara de Vereadores, durante a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Na nota de convocação, reforçam que o ato, inicialmente previsto para o Fórum em Salvador, precisou ser transferido para São Francisco do Conde diante da gravidade da situação e da urgência de pressionar os vereadores para defender um orçamento que não penalize ainda mais os trabalhadores.
A convocação afirma que a mobilização é fundamental para impedir novas manobras da gestão e garantir que direitos básicos sejam respeitados. A insatisfação dos servidores se soma ao crescente desgaste do governo Calmon, já pressionado por manifestações populares, caos na saúde, colapso no transporte escolar, vaquinhas de famílias para estudar e para reformar equipamentos públicos, além de uma sucessão de escândalos envolvendo aliados, parentes e operadores financeiros ligados ao prefeito.
O clima na cidade é de revolta, e a expectativa é que o protesto desta terça-feira marque o início de uma mobilização maior contra um governo que, após se eleger como “pai” da população, agora se comporta como um padrasto que abandona, pune e humilha seus próprios servidores.











