O prefeito de Madre de Deus, Dailton Filho, aue demostrou falta de coragem política e de liderança diante da Operação do Gaeco e do MP que atingiu em cheio o núcleo duro de sua gestão, ficou mal visto pela população. Mesmo após buscas e apreensões realizadas em endereços ligados a integrantes do alto escalão do governo, o prefeito não exonerou nenhum dos supostos responsáveis, não concedeu entrevista coletiva e não explicou absolutamente nada à população até o final do dia.
A omissão de Dailton criou um vácuo político tão grande que, pressionados pela própria consciência, pelo avanço das investigações e pelo desgaste público, dois dos secretários mais próximos do prefeito e prováveis envolvidos no esquema desmontado pediram demissão na tarde desta terça-feira. Importante destacar: eles não aceitaram ser exonerados, justamente para não carregar formalmente a pecha de culpados, sobretudo pela demora deliberada de Dailton Filho em tomar qualquer atitude.
Os pedidos de exoneração foram oficializados no Diário Oficial do Município desta terça-feira, por meio dos Decretos nº 464 e nº 465, de 16 de dezembro de 2025, que registram a saída “a pedido” de Sandro dos Santos Matos, então secretário de Mobilidade e Segurança Cidadã, e de Victor Alerrandro Lino de Souza Dias, secretário de Cultura e Turismo. Ambos eram considerados homens de confiança do prefeito e detinham forte poder de decisão dentro da administração municipal.
Nos bastidores, o clima é de colapso político. Fontes ligadas ao Ministério Público afirmam que o material apreendido pelo Gaeco é grave e que os fatos descobertos não se encerram nesta fase. Ao contrário: já há indicativos de que uma nova operação pode ser deflagrada nas próximas horas, com o objetivo de desarticular de vez um grupo criminoso que ainda atua em áreas estratégicas do governo Dailton Filho.
A avaliação entre investigadores é clara: a inércia do prefeito contribuiu para agravar a crise. Em vez de afastar preventivamente os investigados, instaurar sindicâncias ou ao menos prestar esclarecimentos públicos, Dailton optou pelo silêncio, permitindo que o próprio governo implodisse de dentro para fora.
A queda dos secretários não foi um gesto de liderança do prefeito, foi uma rendição tardia, forçada pelo avanço das investigações e pela pressão moral que se tornou insustentável. O que se comenta abertamente em Madre de Deus é que Dailton perdeu o controle da própria gestão e que a Operação do Gaeco apenas escancarou um sistema de poder que funcionava com autonomia e blindagem política.











