A crise administrativa que sufoca São Francisco do Conde alcançou seu ponto mais dramático com o avanço de pedidos de impeachment contra o prefeito Antônio Calmon, a explosão das mobilizações populares e o colapso total dos serviços públicos. A insatisfação, que vinha crescendo silenciosamente com a suspensão do transporte urbano, técnico, universitário e do IFBA, salários atrasados, abandono das escolas e paralisação de setores essenciais, finalmente transbordou. O resultado foi uma onda de protestos espontâneos, organizada agora também pelas redes sociais. O primeiro pedido foi protocolado na última terça feira pelo vereador Rafael Nogueira (Veja aqui)
Um segundo pedido de Impeachment está sendo mobilizado com assinaturas pela internet, movida pela jovem universitária Melina Vasconcelos símbolo dessa reação ao criar uma petição online exigindo a abertura do processo de impeachment. Em menos de 24 horas, o abaixo-assinado ultrapassou 3.800 assinaturas, revelando a força e a velocidade da revolta da população especialmente dos estudantes que ficaram sem transporte para estudar, estagiar ou trabalhar. Comentários emocionados tomaram a página do abaixo-assinado, com moradores denunciando fome, abandono, falta de merenda, professores sem salário, ruas destruídas e total ausência de governo. “A cidade está abandonada, destruída, população passando fome e necessidades básicas”, escreveu Gabriela. “É impressionante como a prefeitura consegue se superar, sempre pro lado errado”, afirmou Erik. “Nosso maior medo é ver jovens ocupando universidades; preferem que ocupem cadeias. Isso não é possível”, desabafou Suzete da Gama.
Além da pressão virtual, o movimento ganhou força política quando o vereador Rafael Nogueira protocolou um pedido de impeachment na sessão desta terça-feira (02), reforçado por centenas de assinaturas físicas coletadas diretamente na Câmara. O documento permanece disponível em seu gabinete para receber novas adesões. Em vídeo, Rafael afirmou que as assinaturas da petição online também serão anexadas ao processo unificando a mobilização física e digital.
Os dois pedidos surgem em meio ao pior cenário de caos já registrado no município. Funcionários terceirizados estão há meses sem salário; alunos caminham quilômetros por falta de transporte; escolas seguem sem merenda e sem condições mínimas de funcionamento; e trabalhadores vivem sem respostas do Executivo. A crise se aprofundou justamente no momento mais sensível do ano letivo, deixando milhares de estudantes e famílias sem qualquer alternativa.
A população, antes dispersa, agora se articula de forma inédita, pressionando vereadores, ocupando espaços, utilizando redes sociais e organizando abaixo-assinados. O link oficial da petição online que cobra a abertura imediata do processo de impeachment é












