A publicação retroativa no Diário Oficial do Legislativo, em 23 de dezembro, confirmou a convocação de uma Sessão Extraordinária no dia 29/12, às 09h, para análise de uma pauta ingrata ao povo de SFC: a LOA 2026, o projeto de parcelamento da dívida da Previdência (RPPS) e matéria do Legislativo que deve alterar regras internas da Câmara. A convocação aparece no Diário Oficial sob o Número 026/2025, assinada por Nem do Caípe, presidente da Casa .
Desde então, segundo relatos de bastidores colhidos pelo Jornal Candeias, o prefeito Antônio Calmon intensificou a pressão direta sobre os vereadores para que votem contra todas as emendas apresentadas, inclusive aquelas que direcionam recursos para áreas sociais, programas de combate à fome, transporte estudantil, saúde básica e garantia de cestas natalinas em 2026. O objetivo é claro: aprovar a LOA “limpa”, sem amarras sociais e totalmente alinhada aos interesses do Executivo, ainda que isso custe o futuro e a comida de famílias inteiras.
Para garantir o resultado, Calmon ofereceu 20 cargos para cada vereador, entregues às pressas e com promessa de pagamentos de 2 meses, o que não aconteceu, como moeda de troca para derrubar as emendas, que já serão demitidos no fim do mês. A tática é conhecida como “humilhação institucional”, pois a Câmara esta sendo tratada como um anexo da prefeitura, e não como um poder independente. Enquanto isso, Greice Tanferi, apontada como a verdadeira comandante da máquina, teria nomeado mais de 400 cargos. A Procuradoria Jurídica da Câmara já emitiu parecer pela rejeição de todas as emendas, movimento interpretado como mais um gesto de submissão da Casa, repetindo o roteiro da votação do Pão na Mesa, quando a esposa do presidente Nem do Caípe, segundo registros públicos, teria recebido R$ 72 mil de rescisão nas véspera da votação, enquanto o programa social e o povo agonizava.
O ÚLTIMO ATO ANTES DO ABISMO POLÍTICO
A sessão desta semana é vista como ponto final para a imagem da atual legislatura. O maior suicídio coletivo político da história de São Francisco. Se aprovarem a LOA sem as emendas sociais, os vereadores assinam sua própria sentença eleitoral, jogando fora qualquer investimento futuro de confiança popular. A avaliação de articuladores é unânime: quem votar contra o povo, cai com Calmon. E isso ocorre num cenário em que o próprio prefeito, como já revelado em outras reportagens, não pretende disputar a reeleição, apostando em entregar a cidade a Greice Tanferi em 2028 e “renovar” a Câmara com nomes mais alinhados à sua vontade pessoal. Ou seja: os vereadores estão se sacrificando por um governo que nem sequer pretende salvá-los politicamente.
Se a Câmara quiser recuperar a dignidade, o caminho é um só: votar a favor das emendas, mesmo sob ameaça e represália. Derrubar direitos sociais para manter cargos provisórios é escolher um fim vergonhoso que o eleitorado não perdoará. Porque a pergunta que fica é simples, e ecoa nas ruas: Quem está no mandato para defender o povo? E quem está apenas de joelhos para defender Calmon?











