A demissão em massa forcada dos funcionários da empresa Atlântico Transportes, ocorrida nesta sexta-feira (26), caiu como uma bomba em mais um capítulo tenebroso da última gestão de Calmon em São Francisco do Conde. O motivo, segundo a própria empresa, é um calote de mais de 12 meses praticado pela gestão do prefeito, que acumulou dívidas e inviabilizou por completo a continuidade dos serviços contratados pelo município. O resultado foi devastador: todos os trabalhadores da unidade local, moradores da própria cidade, foram dispensados às vésperas do Ano Novo.
A Atlântico informou que tentou manter suas atividades preservando empregos e honrando compromissos, mas a inadimplência contínua da prefeitura tornou a situação insustentável. Sem qualquer previsão de pagamento, sem diálogo e sem cronograma de regularização, a empresa foi forçada a encerrar as atividades do contrato municipal e desligar funcionários que, até então, representavam um dos poucos setores que ainda priorizavam a mão de obra local.
A demissão em massa expõe não apenas o colapso do transporte público contratado, mas o modus operandi recorrente da gestão Calmon: calotes, serviços interrompidos e famílias abandonadas. A situação se repete em outros contratos. Uma empresa prestadora de serviços ao Hospital Municipal já suspendeu parte das atividades por falta de pagamento, aprofundando o caos na saúde, justamente num município que torra cifras milionárias com um hospital “provisório” que já consumiu mais de R$ 40 milhões, valor 4 vezes maior que a própria reforma do prédio.
Enquanto trabalhadores são demitidos e famílias mergulham na miséria, Calmon mostra onde está sua prioridade financeira: ontem mesmo, a prefeitura pagou R$ 400 mil a empresa Tourinho Publicidade, responsável por irrigar os veículos de comunicação com publicidade e “blindar” sua imagem em rádios, TVs e sites da região, o mesmo prefeito que diz não ter recursos para manter empregos, pagar fornecedores e garantir transporte público aos estudantes e moradores.
Fontes ouvidas pelo Jornal Candeias alertam que o número de demissões deve aumentar ainda mais nas próximas semanas. Assim que a Câmara votar a LOA 2026, o prefeito deverá demitir os cargos comissionados distribuídos aos vereadores como moeda de troca para votarem contra as emendas sociais que garantiriam recursos para alimentação, programas de combate à fome e assistência básica às famílias carentes. Ou seja, mesmo aprovando a LOA como Calmon quer, os próprios vereadores e seus indicados serão descartados, repetindo o ciclo de traições que já se tornou marca registrada desta gestão.
A culpabilidade é direta e inequívoca: Antônio Calmon escolheu não pagar. Escolheu empurrar dívidas, destruir contratos, desestruturar serviços essenciais e jogar trabalhadores ao desemprego para manter apenas o que lhe interessa: publicidade, blindagem política e contratos milionários escolhidos a dedo, que serão frutos de denúncia a ser protocolada no Ministério Público.
Enquanto isso, os demitidos, todos de São Francisco do Conde, entram em 2026 sem salário, sem cesta, sem passagem e sem esperança. É o retrato de um governo que não governa, que abandona o seu povo, e que coloca a cidade de joelhos diante de um fim de ano marcado por fome, desemprego e humilhação coletiva. E a pergunta que não quer calar, até quando a Justiça vai permitir a continuidade de tanta sacanagem com o povo sanfranciscano.











