A Secretaria Municipal da Educação de São Francisco do Conde divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (1º) confirmando que, devido à suspensão total dos serviços da empresa responsável pelo transporte escolar após 10 meses de calote da gestão Calmon parte das escolas da rede municipal terá as aulas presenciais suspensas. A própria administração admite que a paralisação dos ônibus provocou impactos diretos e graves no funcionamento das unidades, agravando ainda mais o caos instalado no município.
De acordo com o comunicado, assinado pela secretária Vanessa Dantas, as escolas Instituto Municipal Luiz Viana Neto, CECBA e CEAS não terão atividades no turno da manhã. A Seduc afirma que, no período da tarde, tentará manter as aulas utilizando o transporte “Amarelinho” e vans de apoio, embora reconheça que a capacidade é insuficiente diante da demanda de toda a rede.
A nota também expõe um dos pontos mais críticos da crise: não haverá transporte para estudantes do IFBA, CPM, cursos técnicos e universidades até que o serviço seja normalizado, deixando centenas de jovens completamente desassistidos justamente na reta final do semestre. Como alternativa emergencial, a secretaria orientou que, caso os alunos não consigam chegar às instituições, os professores enviem atividades para serem feitas em casa — solução improvisada que ignora desigualdades de acesso e amplia ainda mais os prejuízos educacionais.
O comunicado lamenta os transtornos, reconhece os impactos severos sobre as famílias e afirma que a Seduc está empenhada em resolver o problema para retomar a normalidade apenas no próximo ano. A resposta oficial, no entanto, aumentou a indignação de pais, alunos e funcionários, que veem na nota mais uma prova da falta de planejamento, da ausência prolongada da secretária e do silêncio do prefeito Antônio Calmon diante da pior crise da história da cidade.
Enquanto isso, crianças seguem caminhando por rodovias e ruas perigosas para chegar às escolas, jovens universitários permanecem sem qualquer alternativa de transporte e unidades da rede municipal iniciam a suspensão parcial das aulas. A situação revela o completo descontrole da gestão sobre serviços essenciais e aprofunda o sentimento de abandono generalizado entre a população.












