O Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) 2026 enviado à Câmara Municipal de São Francisco do Conde pelo prefeito Antônio Calmon tem gerado revolta entre estudantes, professores e pais. A proposta, que será votada nesta segunda-feira (29), simplesmente não assegura recursos para a manutenção do Transporte Universitário e Técnico, nem para a Bolsa Universitária do PROUNIFAS, programas que garantem acesso à educação para centenas de jovens da cidade. A população está convidada para acompanhar a votação, marcada para o fim do ano já para contar com o esvaziamento da população.
Além de tentar cortar o futuro, a gestão Calmon já deve quatro meses de transporte universitário: setembro, outubro, novembro e dezembro, acumulando calote com a empresa responsável e deixando estudantes sem aulas, sem deslocamento e sem perspectivas. O transporte universitário está suspenso desde o fim de novembro por inadimplência total do município. Mães fizeram vaquinhas para seus filhos irem a faculdade concluir o ano letivo e hoje a empresa foi obrigada a demitir todos os funcionários.
De acordo com fontes da própria Câmara, o orçamento previsto para o transporte estudantil é de R$ 1,2 milhão, valor considerado ridículo e insuficiente para quitar sequer o que já está devendo. Na prática, Calmon retirou o programa do orçamento. um movimento interpretado como crueldade. Em relação à Bolsa Universitária, a proposta orçamentária prevê apenas R$ 210 mil para ensino superior e R$ 210 mil para cursos técnicos durante todo o ano de 2026. O valor é tão baixo que não cobre um mês de nenhum dos programas. Uma vereador chamou de sacanagem institucionalizada e um deboche direto com o povo, considerando que São Francisco do Conde é uma das cidades mais ricas do Brasil em PIB per capita.
Parlamentares já começaram a reagir segundo on SFC repórter. Os vereadores Lígia Costa Rosa e Rafael Nogueira confirmaram que protocolaram emendas para corrigir os cortes. “Estamos próximos de votar e esse erro não foi corrigido. O próprio secretário falou que ‘só podia ser um erro’. Não é erro: é escolha política”, afirmou Lígia, que já declarou voto contrário à LOA como está. Rafael Nogueira foi ainda mais direto: “O prefeito está reduzindo e retirando benefícios sociais essenciais. É um ataque direto à dignidade das famílias e à possibilidade dos jovens estudarem.”
A LÓGICA DA MALDADE
Para movimentos estudantis e lideranças comunitárias, e políticos, a intenção de Calmon é cristalina: sufocar a educação para manter o povo refém, dependente da prefeitura e pavimentar a eleição de Greice Tanferi como sua sucessora. “Quanto mais fome e miséria, mais o povo irar pedir arrego a Greice. Para pedir, esmola, emprego e ficar nas mãos de Greice” afirmou um vereador em off.
Segundo ele, o desgaste da ação também é calculado como Calmon como moral para seu “amigo”, Rosemberg Pinto, deputado estadual e marido da secretária de educação Vanessa Dantas. Rosemberg sonha em ser candidato do PT a sucessão de Calmon, ou indicar Vanessa como vice de Greice. Assim, com Rosemberg mais fraco, menos força eleitoral ele terá para exigir espado.
Como se não bastasse, a denúncia nos bastidores aponta que o prefeito está oferecendo 20 cargos para cada vereador votar contra as emendas e aprovar a LOA do jeito que deseja. Enquanto isso, Greice Tanferi acumula, segundo apuração, mais de 400 cargos sob seu comando, muitos deles fantasmas, usados como moeda política e aparato de ataque contra a imprensa crítica.











