A crise política de São Francisco do Conde atingiu um novo patamar nesta terça feira (02), após a divulgação explosiva do Jornal Candeias, que revelou documentos, fotos e registros inéditos comprovando que o prefeito Antônio Calmon despachava diariamente com o “Rei do Lixo” na sede da MM, estrutura que funcionava como um gabinete paralelo do poder municipal. A partir da reportagem, que escancarou o papel do Rei do Lixo — preso na Operação Overclean — como verdadeiro condutor da máquina pública, a população, já sufocada pela miséria, caos administrativo e meses de deterioração dos serviços públicos, explodiu em revolta.
Durante a manhã, moradores ocuparam a Câmara Municipal para assinar o primeiro pedido formal de impeachment do prefeito Antônio Calmon. Filas se formaram dentro e fora do prédio, com pessoas levando RG e CPF para aderir ao documento. O vereador Rafael Nogueira assumiu a linha de frente e protocolou oficialmente o pedido na Mesa Diretora, obrigando a Casa a se debruçar sobre as denúncias, analisar o material e colocar a peça em votação. Sem a pressão popular, parlamentares afirmam que dificilmente o presidente da casa, Nem do Caípe, teria coragem de agir diante do escândalo que agora toma proporções irreversíveis.
As fotos ao qual o JC teve acesso, mostra que Nem, também frequentava o gabinete paralelo do Rei do Lixo, e as próximas revelações sobre a eleição da presidência da casa, vai fazer a cidade e a câmara ainda cheirar muito mal.
Nem do Caípe, já conhecido por ter votado contra o povo no Pão na Mesa, é apontado como o principal obstáculo para que o pedido vá a plenário. Fontes acreditam que, sem forte mobilização social, Nem e outros aliados podem manobrar para impedir a votação. Por isso, lideranças comunitárias reforçam que o povo deve continuar comparecendo, assinando e pressionando para que o processo avance.
O levante popular não surgiu de um único episódio, mas de uma sequência de crises que colocou São Francisco do Conde no limite: salários atrasados, merenda escolar irregular, obras inacabadas, contratos milionários sob suspeita, serviços essenciais travados e agora o colapso no transporte, que atingiu diretamente estudantes, trabalhadores e famílias inteiras. A comprovação de que o “Rei do Lixo” governava dos bastidores apenas confirmou o que muitos já suspeitavam e trouxe à tona o que faltava para que a cidade se levantasse.
Com o material revelado — fotos, registros de entrada e saída, documentos de monitoramento e provas de ofícios e processos licitatórios produzidos no gabinete paralelo — São Francisco do Conde entrou oficialmente em um novo capítulo de seu maior colapso político e administrativo: o fim da era Calmon.











