O governo Jerônimo Rodrigues (PT) encaminhou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) a proposta de reajuste geral de 4% para os servidores públicos. O projeto não agradou a categoria que soma perdas na casa dos 35% no rendimento salarial nos últimos oito anos. Segundo um estudo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese), entre 2015 e 2022, a soma de reajustes foi de somente 15,09%, período em que o estado era governado por Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil. Já, no ano passado, dois aumentos salariais foram feitos pelo governo Jerônimo, em fevereiro e julho, ambos de 4%. A reportagem é do jornal Correio.
A perda salarial real é calculada a partir da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Para simplificar, suponha que o salário era R$ 100 em janeiro de 2014. Se houve uma perda salarial de 35,10% até dezembro de 2023, então, neste mês, o salário passou a ser R$ 64,90 em termos de poder de compra”, explicou o economista Cleiton Silva.
Nos últimos oito anos, os servidores estaduais da Bahia só tiveram reajuste salarial em três ocasiões: 2015, 2022 e 2023. Os modestos aumentos concedidos pelos governos petistas foram insuficientes para compensar as sobrecargas inflacionárias acumuladas entre 2015-2023, e estes funcionários públicos tiveram uma perda de 35,10% neste período. Na última semana.
Para que o servidor volte a ter o mesmo poder de compra de 2014, o reajuste salarial necessário para o início deste ano deveria ser de 54,09%. “Isto é o que se chama de recomposição do poder aquisitivo dos trabalhadores”, acrescentou o especialista. Os dados da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab) apontam valores similares: as perdas salariais calculadas foram de 38,99%, enquanto o reajuste necessário deveria ser de 53,04%
Em nota, a entidade informou que, mesmo que houvesse uma regularidade da reposição inflacionária no período de 2015 a 2023, os salários dos servidores não estariam em níveis adequados. Isso porque, segundo a federação, a ausência de ganhos reais impede a elevação do poder de compra e a valorização salarial, “servindo tão somente a reposição para acompanhar a inflação e manter o poder de compra do salário, evitando a sua corrosão.”
Crédito: Foto: Feijão Almeida | GOVBA