O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) endossou as cobranças para que o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) se posicione publicamente sobre sua proximidade com o empresário José Marcos de Moura, conhecido como o “Rei do lixo”. Moura foi preso pela Polícia Federal acusado de comandar um esquema de fraudes milionárias em contratos públicos, envolvendo licitações superfaturadas e desvios de verbas públicas. O suposto esquema teria movimentado R$ 1,4 bilhão.
“É inadmissível que o ex-prefeito ACM Neto permaneça calado diante de uma denúncia tão grave. Estamos falando de contratos bilionários com a prefeitura que ele administrou e uma relação de amizade e negócios com o principal acusado desse esquema”, afirmou Solla.
“Se ele não tem nada a esconder, por que se cala? Salvador e a Bahia merecem explicações claras sobre esses contratos e sua relação com Moura”, disse.
De acordo com a PF, Moura tem empresas na área de limpeza urbana, com contratos em diversas prefeituras da Bahia, incluindo Salvador, onde mantém um contrato de R$ 427 milhões iniciado na gestão de ACM Neto. O empresário também tem um aeronave em sociedade com Renata de Magalhães Correia, irmã do ex-prefeito.
Em uma confraternização do União Brasil na semana passada, ACM Neto admitiu ser “amigo” de Marcos Moura, mas não quis comentar os detalhes da investigação. Em nota, afirmou que as investigações não encontraram “qualquer diálogo” nem “citação direta” a seu nome. Ele diz que “existem apenas inferências.
O ex-prefeito, que não é investigado no caso, é citado como “zero um antigo” por um empresário próximo a Moura. O apelido seria uma referência ao período em ACM Neto que comandou o Executivo municipal.
O empresário o teria procurado para que ele interviesse na liberação de um pagamento da prefeitura.
“Ele precisa explicar sua relação com alguém acusado de desviar milhões de reais de dinheiro público. Essa omissão é um desrespeito à população baiana e brasileira”, criticou Solla.
Para Solla, apesar de os contratos não serem o foco direto da operação da PF, a conexão entre Moura e Neto, tanto política quanto empresarial, levanta suspeitas de favorecimento e falta de transparência.
De acordo com o deputado, o silêncio de ACM Neto é um sinal de desprezo pelo debate público e pela prestação de contas. “Se ele não tem nada a esconder, por que se cala? Salvador e a Bahia merecem explicações claras sobre esses contratos e sua relação com Moura”, disse.