A crise social em São Francisco do Conde só se intensifica, atingindo especialmente as famílias mais vulneráveis. O município vive um cenário de desemprego em massa, suspensão de benefícios sociais e relatos crescentes de fome.
Moradores têm clamado por respostas da gestão municipal, pedindo esclarecimentos sobre a retomada de contratações e o retorno dos programas sociais. Entre as vozes que denunciam a situação está Gisele, ex-servidora contratada pelo Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) como enfermeira.
Segundo Gisele, os funcionários contratados nessa modalidade foram surpreendidos com demissões em massa no final de outubro, logo após as eleições municipais, sem receberem os salários devidos.
“Trabalhamos o mês de outubro inteiro e, no dia 30, quando esperávamos o pagamento, fomos todos demitidos. Disseram que quem fosse recontratado seria avisado por telefone, mas quem não recebesse ligação estava fora, sem direito a salário, férias, décimo terceiro ou rescisão. Foi uma demissão surpresa, sem qualquer satisfação”, relatou.
A ex-servidora detalhou as dificuldades enfrentadas desde então:
“Minha luz está cortada, a internet também. Eu só tenho comida porque as pessoas estão me ajudando. Minhas dívidas estão acumuladas e as cobranças não param. Sou mãe solteira, tenho uma mãe para sustentar e uma irmã especial. Eles poderiam, pelo menos, ter pago antes de nos demitir”, desabafou.
Enquanto a população enfrenta dificuldades extremas, o prefeito Antônio Calmon (PP) justificou a crise com a redução da arrecadação do município. Contudo, sua gestão tem sido criticada por ações que contradizem esse discurso, como a recente aprovação do aumento salarial do próprio prefeito, do vice e dos secretários municipais.
Diante de tantos problemas, a população segue aguardando respostas concretas e ações efetivas da administração municipal para reverter o cenário de abandono.