O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a bancada da oposição estão movimentando esforços para modificar a Lei da Ficha Limpa, com a proposta de reduzir a inelegibilidade de oito para dois anos. A proposta, que permitiria que Bolsonaro concorresse à presidência em 2026, foi apresentada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) e já conta com o apoio de 73 deputados de várias siglas, incluindo PL, MDB, PP, Patriota, PSD e Republicanos.
A mudança busca contar o tempo de inelegibilidade a partir da eleição que causou a punição, o que pode beneficiar Bolsonaro, mas também agradar outros políticos afetados pela medida. A proposta tende a gerar uma maior convergência entre partidos de diferentes ideologias, já que a inelegibilidade é uma questão que atinge figuras de diversos espectros.
Se for adiante, a proposta poderá intensificar a disputa entre o Congresso e o Judiciário, especialmente porque a inelegibilidade de Bolsonaro foi imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para tentar viabilizar as negociações, o PL abriu mão de indicar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), tradicionalmente um cargo de sua bancada, em uma tentativa de suavizar o processo legislativo.