A anulação das condenações criminais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato altera as articulações políticas para a eleição presidencial de 2022. A decisão do ministro Edson Fachin restabelece, na prática, a possibilidade de Lula ser candidato a presidente. Até aliados do presidente Jair Bolsonaro admitem que a decisão fortalece o discurso do petista por uma candidatura e deve provocar nova polarização entre os dois.
Atualmente aliado do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), reagiu com ironia e disse numa breve mensagem publicada nas redes sociais que Lula “pode até merecer” a absolvição. Fachin não inocentou Lula, mas determinou que os processos sejam reiniciados na Justiça Federal de Brasília, declarando a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde trabalhava o ex-juiz Sergio Moro, incompetente para julgar os casos, por não ver conexão com desvios de dinheiro da Petrobrás.
“Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!”, escreveu Lira, que já foi aliado de governos do PT.
Outro aliado de Bolsonaro que também já apoiou governos do PT, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), passou a tratar Lula como candidato. “Ele é um candidato forte”, afirmou Pereira. (com Política Livre)