Dirigentes da maior força política do PT alertaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a existência de uma resistência interna ao nome do ex-prefeito da cidade de Araraquara, em São Paulo, Edinho Silva, para o comando do partido. O alerta foi feito em uma reunião realizada na noite de quinta-feira (6), segundo informações do jornal Folha de São Paulo.
Segundo a reportagem, integrantes do Construindo um Novo Brasil (CNB) avisaram a Lula que, atualmente, a possibilidade de Edinho ser eleito é bastante difícil, mesmo com o apoio do presidente. Durante o encontro, a pedido de Lula, alternativas ao nome do ex-prefeito foram apresentadas.
Nomes como do senador Humberto Costa (PE), do presidente da fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, do deputado federal Rui Falcão (SP) e do líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), foram sugeridos para a missão.
O ex-ministro José Dirceu também teria sido citado. Lula, porém, argumentou que Dirceu deve se dedicar à candidatura à Câmara dos Deputados em 2026.
Um dos participantes da reunião, o prefeito de Maricá (RJ), Washigton Quaquá, afirmou que o lançamento de uma candidatura na contramão a Gleisi Hoffman, que assumirá o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), seria um erro e que a sucessão deve ser conduzida pela deputada.
“O importante é que pacifique o partido. Que não seja um presidente que concorra com a ministra”, disse Quaquá, reproduzindo o que afirma ter dito durante a reunião.
Lula ouviu críticas à campanha de Edinho, sem alinhamento com o atual comando do partido e reclamações sobre a agenda do ex-prefeito, como um almoço oferecido a ele pelo empresário Márcio Toledo e sua mulher, a ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo, onde ele defendeu a união de forças de esquerda e centro contra a direita bolsonarista em 2026.
Durante o evento, Edinho sugeriu a reedição de algo semelhante à frente ampla construída por Lula em 2022, quando disputou as eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL).
Ainda segundo a Folha, a reunião entre Lula e os dirigentes, não constou na agenda oficial do presidente, e ocorreu no apartamento da futura ministra, Gleisi Hoffman, em Brasília. O encontro também definiu que Humberto Costa assumirá interinamente o comando do partido, já que Hoffman toma posse na segunda-feira (10).
