O freio imposto pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na flexibilização à compra de armas imposta pela gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reduziu fortemente a aquisição de armamentos por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), é o que aponta um levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo, com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), em conjunto com o Instituto Sou da Paz.
Segundo a reportagem, registros oficiais indicam uma queda de 91% no número de aquisições de novas armas, em um comparativo entre 2022 (último ano do governo Bolsonaro) e 2024. Foram compradas 39.914 armas no ano passado, contra 448.319 dois anos antes, quando os controles eram menores e foi registrado um recorde em aquisições. As informações são do Exército, que passou a atribuição da fiscalização dos CACs para a Polícia Federal na última terça-feira (1°)
A queda no volume de compra de armas já havia sido registrada no primeiro ano do governo Lula, quando as regras foram endurecidas. Em 2023, foram adquiridas 176.870 armas. Na comparação dos dados consolidados de 2023 e do ano passado, a queda foi de 77%. Já nos quatro primeiros meses de 2025, foram registradas 18.065 novas aquisições. Também houve queda relacionada a compra de todos os tipos de arma.
As armas mais procuradas durante o governo Lula mantiveram a mesma tendência vista na gestão anterior. Pistolas lideram as compras, seguidas por carabinas, espingardas, revólveres e fuzis. Apesar disso, o levantamento aponta um aumento no número de aquisições de fuzis nos primeiros quatro meses de 2025, com a quantidade já superando o total de compras da arma registrado em todo o ano de 2024, passou de 1.063 para 1.248 (alta de 17,4%).
Atualmente, o país possuí registrado cerca de 1,5 milhão de armas nas mãos de 980 mil CACs. Grande maioria deste número adquiriu suas armas durante o governo Bolsonaro: 932.551 novas armas foram registradas nos quatros anos do governo anterior. Sob Lula, o número é de 234.849 (considerando compras feitas até abril de 2025).
Enquanto 48.517 fuzis haviam sido comprados durante o governo Bolsonaro, outros 3.626 armamentos desse tipo foram registrados sob Lula (também até abril).
