A Fórmula 1 vai voltar a acelerar na tela da Globo a partir da temporada de 2026. A emissora firmou acordo com a Liberty Media e reassume os direitos de transmissão da principal categoria do automobilismo mundial, encerrando um ciclo de cinco anos em que as corridas foram exibidas pela Band. O contrato firmado é válido por três anos e garante exclusividade ao grupo de comunicação.
A retomada marca o fim de um hiato iniciado em 2021, quando a Globo decidiu não renovar os direitos da F1 após quatro décadas seguidas de transmissão. À época, o modelo de negócios se mostrou inviável financeiramente, já que era necessário dividir a receita publicitária com afiliadas em todo o país e garantir exibição nacional da categoria.
Sem a Globo no páreo, outras emissoras tentaram viabilizar um consórcio, como SBT, ESPN e TV Cultura, mas foi a Band quem levou a melhor e assumiu o posto com um novo projeto de cobertura. Agora, a liderança volta para as mãos do grupo carioca, que prepara uma estrutura reforçada para a nova fase da categoria.
Modelo multiplataforma e narração definida
Com o novo contrato, a Globo será a única emissora a exibir as 24 etapas do campeonato, seja na TV aberta, no SporTV ou no Globoplay. O canal por assinatura transmitirá todas as corridas ao vivo, inclusive as que forem exibidas na Globo, mas com uma equipe diferente — formato semelhante ao que o grupo já adota no futebol.
A principal novidade está justamente nessa estrutura: será a primeira vez que a F1 terá transmissões simultâneas em dois canais do grupo, cada um com seu time de narradores e comentaristas. No acordo anterior, o SporTV só exibia as provas que não iam ao ar na TV aberta.
Até o momento, estão confirmados os narradores Luis Roberto e Everaldo Marques. Os comentaristas ainda não foram definidos, mas, segundo apuração do Grande Prêmio, nomes como Sérgio Maurício e Reginaldo Leme não retornarão à emissora. Já Felipe Giaffone segue como possibilidade.
Audiência, investimento e a volta do Brasil ao grid
A decisão de retomar os direitos da Fórmula 1 foi influenciada também por fatores comerciais e de audiência. Desde a saída de Felipe Massa, em 2017, o Brasil ficou sem representantes no grid, o que pesou na decisão da Globo de encerrar a transmissão em 2020.
Agora, com Gabriel Bortoleto confirmado na Sauber/Audi, a emissora aposta na retomada do interesse do público brasileiro, além de enxergar potencial de retorno publicitário com o crescimento global da categoria.
Fim de ciclo para a Band
Com o acerto entre Globo e Liberty Media, a Band se despede da Fórmula 1 após uma trajetória marcada por altos e baixos. Em 2024, os desafios se intensificaram.
Durante o GP do Canadá, por exemplo, a equipe da emissora ficou impedida de usar o uniforme e os microfones com o logotipo do canal por conta de pendências financeiras junto à Liberty.
Mesmo com esses obstáculos, a audiência da F1 na Band cresceu em 2025, alcançando 2,78 pontos no Ibope — índice superior ao registrado no ano anterior, de 2,48. Ainda assim, os números ficaram bem abaixo do que a Globo costuma registrar nos mesmos horários.