Novas informações obtidas revelam detalhes ainda mais brutais sobre a execução de Kleber Herculano de Jesus, conhecido como “Charutinho” ou “Talibã”, ocorrida na noite desta segunda-feira (14), em Feira de Santana. O criminoso, que havia sido solto horas antes do Presídio da Mata Escura, em Salvador, foi morto com diversos tiros na cabeça por homens que se passaram por supostos policiais.
O crime ocorreu por volta das 18h na Avenida Nóide Cerqueira, nas proximidades do viaduto da BR-324. Segundo relatos apurados junto à Polícia Civil, Charutinho seguia para casa com a esposa, sua advogada e o motorista quando o carro foi interceptado por outro veículo com homens armados. Os suspeitos, que se apresentaram como agentes da lei, mandaram todos descerem do automóvel e, em seguida, executaram Kleber com tiros à queima-roupa, a maioria deles na região da cabeça.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a brutalidade da ação (veja aqui), reforçando que se tratou de uma execução cuidadosamente planejada. Fontes ligadas à segurança pública não descartam a hipótese de queima de arquivo, acerto de contas interno na facção ou retaliação por alianças e delações feitas dentro do sistema prisional.
Charutinho era um dos principais alvos da Operação El Patrón, deflagrada em agosto de 2024, que investigou uma ampla rede de lavagem de dinheiro, agiotagem, extorsão, receptação qualificada e envolvimento com milícias. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, Kleber tinha papel central na logística do tráfico internacional de drogas, usando o Porto de Aratu, em Candeias, como base de operações. Ele também era apontado como um dos líderes do Comando Vermelho na Bahia e já havia sido preso anteriormente em 2015 por envolvimento em roubo de cargas.
Kleber respondia por homicídios, tráfico de drogas, roubo, formação de organização criminosa e participação em quadrilha especializada em desvio de cargas de navios. Na operação de 2024, ele foi preso com armas, veículos de luxo e documentos que comprovavam seu envolvimento com empresas de fachada utilizadas para lavar dinheiro do tráfico.
A Polícia Civil de Feira de Santana investiga agora os mandantes e autores da execução, enquanto a Secretaria de Segurança Pública acompanha o caso com atenção. A repercussão do caso é nacional, e a morte de Charutinho pode desencadear novas ações de repressão ao crime organizado na Bahia.