O CEO da concessionária responsável pela construção da Ponte Salvador–Itaparica, Cláudio Villas Boas, disse, em entrevista ao jornal A Tarde, que a ponte tem previsão de ser concluída e entregue para a população em 2031, mas que a concessionária está empenhada em entregar antes. Segundo ele, há interesse contratual por parte da concessionária, pois quanto antes entregar a ponte, o pedágio será instalado e vai gerar receita.
Em relação à tarifa que será cobrada no pedágio, Villas Boas, disse que a tarifa foi definida pelo governo da Bahia no edital, com o objetivo de equalizar com a tarifa do ferry-boat. Atualmente um carro pequeno que cruza pelo ferry-boat paga em torno de R$ 50, incluindo o motorista, mas cada passageiro adicional tem que pagar. Assim a tarifa de pedágio hoje seria aproximadamente R$ 50, só que está incluso todos os passageiros do carro. Mas está previsto a tarifa do usuário frequente. “Quem usar a ponte nos dois sentidos, no intervalo de 24 horas, vai pagar a tarifa cheia na primeira passagem, e na volta paga somente 10%”, afirmou o CEO.
A ponte Salvador/Itaparica não terá ciclovia e, segundo Villas Bôas, estudos prévios ao edital, quem faz atividades diárias com a bicicleta, percorre uma distância média abaixo de 5 quilômetros e como a ponte terá 12.4 quilômetros de extensão e travessia completa cerca de 15 quilômetros, seria inviável, levando em conta inclusive que no seu ponto mais alto, a ponte ficará 85 metros acima da lâmina d’água, altura de um prédio com mais de 30 andares, o que seria ruim para uma ciclovia. “É uma ponte rodoviária, não uma ponte urbana”, disse ele.
Em relação à possibilidade de haver colapso viário em Salvador, Villas Boas disse ainda que não existe essa possibilidade, pois é não é uma rodovia para passagem. “Por exemplo, se você está vindo na BR-101, com destino para Aracaju, não vai pegar o sistema viário da ponte. Não vai passar por Salvador, sair pela Paralela e pegar a estrada do Coco e a Linha Verde. Vai seguir pela BR-101. Portanto, não traz tráfego novo para dentro de Salvador.
Em relação ao transporte de cargas, disse que os principais terminais de carga do Estado estão em Aratu. “Quem vem da BR-116 ou da 101 e vai acessar Aratu, também não tem lógica pegar o sistema viário da ponte porque não vai entrar em Salvador e sair para o Porto de Aratu. Eles vão continuar utilizando o sistema viário existente que é a BR-116 e a 101 com a conexão com a BR-324 para acessar o Porto de Aratu”, disse ele. Só as cargas que virão para o porto de contêineres de Salvador cruzarão a ponte e haverá uma alça de conexão da ponte com o Porto de Salvador.