Os policiais militares que participaram da operação em que o adolescente Caíque dos Santos Reis, de 16 anos, foi morto no último domingo (28), no bairro de São Marcos, em Salvador, foram afastados do patrulhamento. A decisão foi anunciada pela Polícia Militar da Bahia (PM-BA) nesta quarta-feira (1º), quatro dias após o caso.
De acordo com a corporação, a medida faz parte do protocolo adotado em situações com desfecho grave, como lesões ou mortes. Os agentes foram retirados das ruas, passaram por depoimentos individuais e foram encaminhados ao Departamento de Promoção Social, onde recebem acompanhamento psicológico e participam de ações voltadas à valorização da vida. Eles permanecerão afastados até que as investigações sejam concluídas.
O caso está sendo apurado em duas etapas. No campo administrativo, a Corregedoria-Geral da PM conduz o processo interno sob responsabilidade do coronel Delmo. Já na esfera criminal, a investigação é conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsável por esclarecer as circunstâncias da morte do adolescente.
Em nota, a PM destacou que não tolera desvios de conduta dentro da corporação e que adotará as medidas necessárias caso sejam confirmados excessos. “A instituição mantém seu compromisso com a legalidade, a transparência e a defesa da vida, assegurando também o direito ao contraditório e à ampla defesa”, diz a nota.
Veja comunicado na íntegra:
Em relação aos fatos ocorridos neste final de semana, no bairro de São Marcos, que resultaram na morte de duas pessoas, a Polícia Militar da Bahia esclarece que, tão logo tomou conhecimento da ocorrência envolvendo guarnição do Batalhão de Policiamento de Prevenção a Furto e Roubos de Coletivos (BPFRC), determinou a adoção imediata do Protocolo previsto na Portaria nº 070, de 10 de julho de 2025, que estabelece as medidas a serem aplicadas em situações de ocorrência com trauma, inclusive aquelas que resultam em lesão corporal grave ou morte.
Conforme o regulamento, os policiais militares envolvidos foram afastados das atividades operacionais, submetidos a oitivas individuais e encaminhados ao Departamento de Promoção Social da PM, onde recebem acompanhamento psicológico especializado, participam de atividades de apoio emocional e de palestras diárias voltadas à valorização da vida e aos valores humanos, permanecendo sob acompanhamento administrativo até a conclusão das investigações.
As apurações ocorrem em duas frentes complementares: na esfera administrativa, conduzida pela Corregedoria-Geral da PM, sob a responsabilidade direta do coronel Delmo, corregedor-geral, assegurando rigor, celeridade e total isenção; e na esfera criminal, a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, responsável por investigar as circunstâncias do fato.
A Polícia Militar da Bahia reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e a defesa da vida, ressaltando que não compactua com desvios de conduta e assegurará a plena responsabilização de eventuais excessos, sempre garantindo os direitos constitucionais ao contraditório e à ampla defesa.












