O deputado estadual Robinho (União Brasil) reagiu com indignação às declarações do senador Jaques Wagner (PT) sobre a Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal para investigar supostos esquemas de corrupção e desvio de recursos públicos em diversos municípios baianos. Enquanto Wagner defendeu que a operação siga “até o fim, doa a quem doer”, Robinho acusou a investigação de se tornar um instrumento de pressão política contra aliados de ACM Neto (União Brasil).
Os rumores de que a operação Overclean, terá desdobramentos nos próximos dias e atingir em cheio a Região Metropolitana de Salvador (RMS) em nova operação batizada internamente de “Armagedom” fizeram o senador Wagner comentar sobre a investigação. O deputado Robinho defendeu o fim de imediato. “A Overclean tem que ir até o final, mas tem que ter final. O problema é que o processo está aberto há muito tempo, não condenou ninguém, não apurou nada, não disse nada, e fica aí servindo de cortina de fumaça, pressionando e ameaçando pessoas ligadas a ACM Neto”, criticou o parlamentar nesta segunda-feira (20).
“Processo do fim do mundo”
Robinho classificou o caso como um “processo do fim do mundo”, em alusão à sua longa duração e à ausência de conclusões concretas. “Até agora não condenou ninguém, botou tornozeleira, bloqueou conta, mas não apurou. Essa é a realidade. Tem que ter um fim. Será que vai ter? Ou vai servir apenas para ameaçar pessoas próximas a Neto?”, questionou.
O deputado sugeriu que há uso político das investigações, especialmente em momentos de tensão entre grupos políticos que disputam espaço na Bahia. “Tem muita gente usando o nome da Polícia Federal como se fosse instrumento de disputa. E isso é perigoso. Justiça é coisa séria”, reforçou. Segundo apurado, no entorno do grupo investigado, a Overclean “parece querer escolher quem dorme e quem perde o sono”.
Deflagrada com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Operação Overclean investiga contratos de limpeza urbana, coleta de lixo e obras públicas que movimentaram milhões de reais em municípios da Bahia.