Em mais um capítulo da crise política que abala São Francisco do Conde, o Jornal Candeias apurou com exclusividade que, na noite desta quarta-feira (22), que oito vereadores estão reunidos com o prefeito Antônio Calmon na sede da empresa Gradus, localizada no prédio Salvador Business, na capital baiana. A sede da empresa serve de escritório político de Calmon. A secretaria de Saúde e vereadora licenciada, Grace Tanferi escolheu o local, pois acha que é blindado a gravações.
Ledo engano! Uma grande operação apelidada de fim de mundo acompanha tudo por minuto.
A reunião, conta ainda com a presença da ex-vereadora e candidata de Calmon a sucessão Greice Tanferi e do atual secretário de Administração, Aloísio Oliveira, e tem como principal pauta a distribuição de cargos e indicações políticas em troca de apoio à votação do projeto que altera o programa “Pão na Mesa” tema que tem gerado revolta popular e intervenção do Ministério Público. O presidente Nem do Caípe, fraudou a convocação da sessão extraordinária bagunçando Lei Orgânica, Regimento Interno e Constituição Federal. Veja aqui . A população vai realizar um protesto em frente a Câmara na manhã desta quinta (Veja aqui)
Ainda segundo apuração do Jornal Candeias, três vereadores que participam da reunião já sinalizaram que não vão votar a favor do projeto, mesmo diante das tentativas de negociação e promessas de espaços na gestão. Estão na reunião apenas para ouvir a proposta de Aloísio e expor na sessão as indecências do governo municipal para a retirada de comida das mãos dos pobres. As falas de Aloísio poderão ser expostas ainda hoje.
Esses parlamentares estariam, segundo relatos, “ouvindo”, conscientes de que a aprovação de um projeto que reduz o valor do benefício e corta famílias do programa pode significar um desgaste irreversível diante da população franciscana. “Eles sabem que aceitar cargos agora seria assinar a própria sentença política”, relatou uma fonte presente nas articulações. “Ou a gente acaba com a destruição de Calmon, ou Calmon vai destruir nossa carreira” disse uma vereadora.
Nos bastidores, cresce a informação de que uma das articulações comandadas por Nem do Caípe, presidente da Câmara, seria apoiar a votação do projeto agora para, em sessão ilegal e nula para em seguida, tentar articular a cassação do próprio Calmon, já que o próprio MP já avisou que a aprovação do projeto não fará a lei retroagir para não pagar o que é devido. (Veja aqui)
A movimentação é vista como um jogo duplo, em que Nem tenta agradar ao Executivo para depois virar o “salvador da pátria”, posicionando-se como alternativa de poder em meio ao desgaste do atual gestor. “Nem está jogando dos dois lados. Quer que Calmon se queime com o povo para depois aparecer como o homem que vai colocar ordem na casa”, afirmou uma liderança ouvida pela reportagem.
O clima é de total desconfiança entre os próprios aliados de Calmon, que temem as consequências políticas e jurídicas da votação.
Enquanto isso, o Ministério Público reafirmou, em nota enviada ontem, que nenhuma nova lei pode apagar as obrigações e dívidas do município com o “Pão na Mesa”, confirmando o que o Jornal Candeias já havia antecipado: a manobra política não exime o governo de cumprir a lei vigente e pagar o benefício integralmente às famílias.
O encontro desta noite em Salvador na sede da Gradus mostra que as decisões que afetam diretamente o povo franciscano estão sendo tratadas longe da cidade, em salas de reunião e acordos políticos que nada têm de interesse público. O Jornal Candeias segue acompanhando o caso e promete novas revelações nas próximas horas sobre quem são os vereadores presentes e quais cargos estão sendo negociados.