Pelo menos 20 pessoas morreram e 56 foram presas nesta terça-feira (28) durante uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Traficantes reagiram com tiros e barricadas em chamas, e um vídeo mostra quase 200 disparos em 1 minuto. A ação faz parte da Operação Contenção, iniciativa permanente do governo estadual para conter a expansão do CV.
Entre os mortos, estão dois policiais civis: Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna). Os outros 18 mortos são traficantes que trocaram tiros com a polícia. Até a última atualização, havia relatos de mais baleados, e o quadro segue em evolução.
Participaram da operação cerca de 2.500 agentes, que cumpriram 100 mandados de prisão. Criminosos reagiram lançando bombas com drones e fugindo em fila indiana pela parte alta das comunidades. Entre os presos estão Thiago do Nascimento Mendes (Belão do Quitungo), um dos chefes do CV na região, e Nicolas Fernandes Soares, operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso.
O secretário de Segurança Pública do RJ, Victor Santos, afirmou que a ação foi planejada exclusivamente pelo estado, atingindo aproximadamente 280 mil moradores das áreas afetadas.
A violência resultou no fechamento de 45 escolas nos complexos e de 5 unidades de saúde. Linhas de ônibus tiveram itinerários desviados preventivamente.
Investigações e denúncias
A operação é fruto de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e conta com promotores do Ministério Público do RJ.
Ao todo, 67 pessoas foram denunciadas por associação ao tráfico, incluindo líderes como Edgar Alves de Andrade (Doca), e 3 homens por tortura. A denúncia detalha a estrutura do CV na região, com gerentes responsáveis por contabilidade, abastecimento e segurança armada, além de “soldados” que monitoram pontos de tráfico e executam ordens.
A ação utilizou helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate. Trata-se de mais uma etapa da estratégia do governo estadual para combater a expansão do CV pelo Rio de Janeiro.













