O que era revolta nas redes sociais virou ação nas ruas. Centenas de moradores de São Francisco do Conde saíram em protesto na manhã desta terça-feira (11), em frente ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), para denunciar o descumprimento da decisão judicial que obrigava o prefeito Antônio Calmon a pagar o programa “Pão na Mesa” até ontem (10).
O Ministério Público do município já vinha atuando desde o início da ação, quando orientou o prefeito a efetuar o pagamento dos valores retroativos e, posteriormente, ajuizou Ação Civil Pública para obrigar o gestor a cumprir a determinação. A Justiça acatou o pedido e determinou o pagamento imediato, além de aplicar multa em caso de descumprimento.
Com o não cumprimento da decisão, o MP voltou a acionar o Judiciário, que aumentou o valor da multa e fez a ressalva de que o município poderá sofrer intervenção, caso a ordem continue sendo ignorada. Calmon tentou obter uma liminar junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas o pedido foi negado. O prazo para o pagamento terminou à meia-noite de ontem.
A paciência do povo acabou. Famílias inteiras — muitas com crianças nos braços — se reuniram com faixas e cartazes exigindo respeito, justiça e o pagamento imediato dos valores atrasados. O clima foi de tensão e indignação diante do silêncio do governo municipal.
“A Justiça mandou pagar, mas o prefeito desafiou a lei. O povo não aguenta mais passar fome”, disse uma das manifestantes, revoltada.
O protesto, que começou em frente ao Ministério Público, seguiu para a Câmara de Vereadores e depois para a Prefeitura, onde os gritos de “Pague meu dinheiro!” ecoaram por toda a cidade.
A população agora aguarda novas medidas do Ministério Público e da Justiça da Bahia, pedindo que sejam tomadas providências contra o prefeito pelo descumprimento da decisão judicial. Há, inclusive, quem defenda o afastamento de Calmon por improbidade administrativae desobediência à Justiça.
O Jornal Candeias acompanha desde o início o drama do Pão na Mesa, denunciando as irregularidades, o fechamento dos CRAS e o descaso com as famílias que dependem do programa para sobreviver.
Hoje, o que se viu nas ruas de São Francisco do Conde foi um grito coletivo de desespero o desabafo de um povo cansado de promessas, enganos e humilhações.
“Chegou ao fim a paciência. Se o prefeito não respeita a Justiça, quem vai respeitar?”, afirmou Fabrício Santos, morador que participou do ato.













