A Bahia está, atualmente, entre os estados mais violentos do país para pessoas LGBTQIA+, segundo o Observatório de Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil, levantamento anual produzido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Apenas em 2024, foram registradas 31 mortes no estado.
Os números reacendem o debate sobre segurança pública e proteção social, especialmente após o assassinato da jovem trans Rhianna Alves, de 18 anos, no último sábado (6), em Luís Eduardo Magalhães. A vítima foi morta por um motorista de aplicativo, que confessou o crime e alegou legítima defesa. Mesmo assim, ele foi liberado após prestar depoimento.
Violência no Brasil
Os dados mostram que o Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no ano passado, 34 casos a mais que em 2023, refletindo uma escalada preocupante. A população gay representou a maior parte das vítimas, com 165 mortes, seguida por travestis e mulheres trans, que somaram 96 casos.
O levantamento também incluiu pessoas heterossexuais que foram mortas por defender vítimas ou confundidas com membros da comunidade. Nordeste e Sudeste lideraram as estatísticas regionais, com 99 mortes cada.
No ranking nacional, São Paulo aparece no topo, com 53 mortes, seguido pela Bahia, com 31, e Mato Grosso, com 24. A participação baiana representa pouco mais de 10,6% de todos os casos registrados no país, reforçando a gravidade do cenário local.
Os crimes foram cometidos, principalmente, com arma branca, arma de fogo ou por espancamento, o que, segundo o GGB, demonstra a brutalidade das ocorrências e a vulnerabilidade das vítimas.
Salvador lidera cenário da violência
A capital baiana também se destaca negativamente. Com 14 mortes, Salvador é apontada como a cidade mais perigosa do país para pessoas LGBTQIA+, superando São Paulo (13), apesar da diferença populacional. Belo Horizonte e Maceió aparecem em seguida, ambas com sete casos.
A posição de Salvador contrasta com o fato de possuir centros de referência e políticas específicas para a comunidade, o que, para especialistas, demonstra que a estrutura existente ainda é insuficiente para garantir proteção efetiva.
Luiz Mott, fundador do GGB e coordenador do Observatório, critica a persistência do país em liderar índices de violência, apesar de marcos legais garantirem diversos direitos.












