São Francisco do Conde encerra 2025 como quem fecha um luto: com mais de R$ 50 milhões arrecadados só em dezembro e com o povo vivendo o pior fim de ano da história do município. É o contraste mais cruel que um governo pode produzir: o dinheiro entra, mas a dignidade não volta. Em uma cidade que deveria respirar prosperidade, o que se vê é abandono. Sem transporte universitário, sem Unifas, sem assistência social, sem cestas, sem planejamento, sem esperança. Famílias humilhadas, estudantes cansados, trabalhadores descrentes, e uma população que termina o ano menor do que começou. Não por falta de recursos, mas por falta de vontade política, de humanidade e de governo.
A vitória do povo na votação da LOA, com as emendas coletivas aprovadas e devolvendo recursos à educação, ao transporte, à saúde e ao social, foi o primeiro respiro em meio ao sufocamento generalizado. Depois de um ano inteiro no qual Calmon venceu o povo 364 vezes, a Câmara reagiu no último dia útil e, pela primeira vez, Calmon perdeu. Mas o ciclo de esperança mal começou e já está ameaçado. Informações que circulam nos bastidores e entre parlamentares apontam que Calmon deve vetar as emendas aprovadas, rompendo o pacto institucional e devolvendo o orçamento ao seu modelo original: o modelo da fome, do corte, da suspensão de direitos, da sufocação da educação e do desmonte social. Se o veto for confirmado, será mais uma demonstração explícita de desprezo, não apenas pela Câmara, mas pelo povo.
2025 termina como um divisor de águas emocional e político. O último dia do ano não é apenas o fim de um calendário: é a vontade coletiva de encerrar um ciclo de maldade, autoritarismo e humilhação. O prefeito que um dia foi visto como líder, que já foi aplaudido, que já foi esperado nas ruas com respeito, hoje é sinônimo de rejeição. O que antes era confiança virou medo; o que antes era esperança virou descrédito; o que antes era admiração virou ódio público. Não por intriga política, mas pela experiência diária de quem perdeu direitos básicos.
O povo sonha com dias melhores, mas sabe que, com Calmon no comando, a esperança não encontra porta para entrar. O prefeito vetará as emendas, mesmo sabendo que isso significa cortar do universitário, cortar da saúde, cortar da assistência, cortar da dignidade. É a confirmação de um governo que governa contra o seu próprio povo.
O último suspiro de 2025 tem gosto de pedido:
Que este ciclo acabe. Que este governo não se repita. Porque quando um prefeito escolhe vetar o povo no último dia do ano, ele também escolhe ser vetado pela história. E o ciclo que a população quer encerrar não é o do calendário de 2025 e sim o de Calmon.











