O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, afirmou que é contra o recadastramento do cartão do SUS no período da pandemia, porém, disse acreditar que não houve falha de comunicação no processo da divulgação desse recadastramento. Envolvido em uma polêmica recente durante transmissão ao vivo com a apresentadora Jéssica Senra no Bahia Meio Dia, Prates esclareceu a situação e ponderou dizendo que foi apenas divergências de opiniões. As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (31), ao programa PNotícias. O secretário afirmou não estar de acordo com o recadastramento obrigatório do cartão SUS neste período de pandemia do novo coronavírus, mas disse que o processo é necessário para o envio dos recursos do governo federal.
“Não concordo com esse recadastramento, acho que é um recadastramento que limita muito o que é o funcionamento e a compreensão do que é uma unidade de saúde, mas enfim… No ano passado, o governo federal mandou R$ 121 milhões para a atenção primária, baseado no atual sistema de financiamento à saúde. Agora ele está mudando esse esquema de financiamento, vai ser baseado no cadastro, ou seja, a gente tem que fazer para não perder parte desses recursos que são tão importantes para manter o atendimento à população de Salvador”, explicou.
O secretário discorda que houve falha na comunicação para a divulgação do recadastramento e afirma que ela foi feita dentro dos meios que a secretaria tem, como, por exemplo, carro de som. Ele também disse que a prefeitura conseguiu recadastrar, desde janeiro até agosto, mais de 700 mil pessoas e afirmou: “A gente não consegue fazer um milagre de cadastrar 700 mil pessoas sem ninguém saber [do recadastro]”. Ao falar sobre a polêmica com a jornalista e apresentadora Jéssica Senra, Prates ponderou e disse que respeita o trabalho dela e que ocorreu uma divergência de opinião. “Quanto à jornalista Jéssica Senra, eu tenho um respeito enorme por ela, pelo trabalho que ela faz, que ela desempenha”, começa. “Mas, nem ela é obrigada a concordar com tudo comigo e nem eu com ela. Então, o que ela fez foi afirmar a posição dela e eu afirmei a minha compreensão de quem está vivendo esse processo. Mas, continuo respeitando a jornalista e o trabalho que faz”, contou. E finalizou esse assunto dizendo: “Eu acho que cabe à população a julgar o que foi feito. Eu só penso que é impossível 700 mil pessoas se recadastrarem sem saber”.
Leo Prates diz que acredita que até meados do mês de setembro o processo de recadastramento já estará encerrado.