Os festejos de São João devem aquecer a economia baiana em alta de 4% e movimentar até R$ 2 bilhões, segundo estimativa da Fecomércio-BA e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o levantamento, os setores mais demandados para a época são os supermercados e vestuário, que é esperado recorde na série histórica, iniciada em 2011.
“Não é possível tecnicamente realizar uma separação do que o consumidor comprará para o seu cotidiano e para as festas. No entanto, da mesma forma como o Dia das Mães e o Natal, o São João tem uma forte correlação com o desempenho do comércio e serviços. Assim, é possível afirmar que a tendência das vendas no momento da principal festa da região será similar à do mês”, destaca o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Na análise mais específica setorial, os supermercados estão com estimativa de crescimento de 5,1% em relação a 2022 e faturamento de R$ 1,2 bilhão. Se confirmado, será o maior já registrado para o mês da série histórica.
“O segmento é beneficiado de forma direta e indiretamente pelo consumidor final. A compra de alimentos e bebidas para as pessoas realizarem suas festas em casa, em grupos, onde quer que seja, e dos estabelecimentos adquirindo estoque para atender um público maior, seja nos hotéis, restaurantes e ambulantes, por exemplo, fortificam o setor”, pontua Dietze.
Arraiá mais caro
Contudo, os consumidores precisarão abrir um pouco mais o bolso para comprar ingredientes para as principais receitas da época. Por exemplo, na região metropolitana de Salvador, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o milho verde em conserva subiu, em um ano, 30%.
A farinha de trigo sobe 21,3%, seguido de mandioca (aipim) com 19,75%, manteiga com 19,68% e achocolatado em pó com 18,05%.
Vestuário
Pelo lado do segmento de vestuário, a estimativa é de aumento de 2,4% nas vendas e faturamento de R$ 758 milhões no mês. Neste caso, o consumidor também precisará pagar um pouco a mais. A inflação do grupo está em 12,31%, mais do que o dobro da média da RMS, de 5,18%.
Turismo
Embora não haja projeção para a movimentação do turismo para essa época, é um segmento que está em forte expansão no estado. De acordo com dados do IBGE, no primeiro trimestre deste ano, houve crescimento de 15,6% no volume de turismo na Bahia, sendo a maior variação entre os três estados analisados pelo Instituto, acima do Ceará (15,2%) e Pernambuco (3,5%).
“Vale ressaltar que o São João é uma festa tradicionalmente regional, de moradores do estado e de regiões vizinhas. Isso fica visível quando analisados os históricos de fluxo de passageiros nos aeroportos e taxa de ocupação hoteleira em Salvador. No mês de junho, não há ganhos sazonais em relação a maio, por exemplo e, inclusive, com movimentação relativamente baixa em relação ao resto do ano”, analisa o economista.
No entanto, quando analisado a movimentação na rodoviária de Salvador, o mês de junho fica similar aos números de dezembro e janeiro, conforme dados do Observatório do Turismo da Bahia.
“A Fecomércio-BA vê com otimismo os festejos de São João em 2023, com forte volume de vendas no comércio, com estímulo ao turismo regional e, sobretudo, com potencial gerador de emprego e renda pra população”, salienta o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.