A bancada do PDT na Câmara dos Deputados anunciou nesta terça-feira (6) o rompimento com a base aliada do governo Lula, em reação à saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social. A decisão marca o fim do alinhamento automático da legenda com o Palácio do Planalto, embora os pedetistas não assumam uma posição de oposição formal.
A exoneração de Lupi, presidente nacional do partido, foi interpretada internamente como o ponto final de um processo de desgaste público e considerado um gesto de “desrespeito” por parlamentares da sigla. O PDT contava com 17 deputados integrando a base governista desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023.
Lupi deixou o cargo em meio a investigações sobre fraudes e desvios no pagamento de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em reunião com a bancada nesta terça, o ex-ministro afirmou que sua gestão atuou para combater irregularidades no órgão e negou qualquer envolvimento nos esquemas sob apuração. Segundo ele, não há menções a seu nome nas investigações em curso.
Com a decisão, os parlamentares do PDT devem adotar uma linha de independência nas votações da Câmara, avaliando caso a caso os projetos de interesse do Executivo. A mudança de postura sinaliza um novo desafio para o governo na articulação política com o Congresso Nacional.