O senador Angelo Coronel (PSD) explicou nesta segunda-feira, 11, o motivo de não ter assinado o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tramita no Congresso Nacional.
“Eu até nem assinei o pedido de impeachment porque o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, que tem a prerrogativa de dar andamento ao pedido, disse que não colocaria para ser analisado mesmo que tivesse a assinatura de todos os senadores”, disse Coronel durante entrevista à Rádio Sociedade.
As pressões para o impeachment do magistrado aumentaram após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro depois de ter descumprido as medidas cautelares impostas pelo ministro.
A decisão de Moraes inflou os ânimos do grupo de oposição, que chegou a obstruir os trabalhos do Legislativo durante dois dias: 5 e 6 de agosto, para pressionar as casas legislativas para colocar em pauta o que chamaram de “pacote da paz”.
No pacote, o grupo de oposição traz três pedidos: votação do impeachment de Alexandre de Moraes, anistia geral aos manifestantes do 8 de Janeiro e o fim do foro privilegiado.
Durante entrevista, Coronel não deixou claro qual o seu posicionamento sobre o assunto, mas ressaltou que não participará “do teatro político” protagonizado por um grupo.
“Então, eu procurei ficar na minha para também não fazer parte de um teatro político, que um grupo quer cassar Alexandre de Moraes, e outro grupo quer que ele continue como ministro”, declarou o congressista.
O senador também pontuou que a sua preferência neste jogo político. “Não vou ficar nessa briga de grupos. Eu prefiro ficar tranquilo sobre o que vai acontecer. Mas, já tenho a minha opinião formada”, concluiu.
O que diz o presidente do Senado?
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não dará andamento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ‘de jeito nenhum’.
A declaração foi dada durante uma reunião com os líderes partidários da base do governo Lula e da oposição. “Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar”, afirmou o parlamentar, de acordo com a colunista Roseann Kennedy, do Estadão.
Participaram da reunião os líderes governistas, além dos senadores Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Rogério (PL-RO).